O Enigma do Quatro, Ian Caldwell e Dustin Thomason
O Enigma do Quatro foi um livro que me prendeu do início ao fim. Conta a história de Tom, um jovem americano prestes a se formar em Princeton que, juntamente com seu amigo Paul, procura desvendar os segredos do Hypnerotomachia Poliphili, um livro enigmático que foi publicado na Renascença, na mesma época da Bíblia de Gutemberg. Ao mesmo tempo, existem outras pessoas com o mesmo objetivo, que fariam qualquer coisa para conseguir. E entre inimigos e aliados, eles seguem as investigações até que suas próprias vidas sejam colocadas em risco.
O interessante é que quanto mais Tom se concentra na resolução das charadas que o livro traz, mais obcecado ele fica. É como uma droga. Ou, para ser mais light, na aba do Enigma diz que o Hyperotomachia “exerce um poder hipnótico sobre aqueles que o estudam”. A dependência é tamanha que chega uma hora em que Tom precisa decidir entre o livro e a namorada!
As charadas do Hypnerotomachia são boas, mas falando francamente, não foram elas que me prenderam como leitora. O lado mais atraente do livro é quando ele fala sobre as relações humanas, deixando claro que o bem mais precioso que possuímos são as pessoas ao nosso redor, em contraste com o vício de Tom pelo livro. Grande parte é contado em flashback, como Tom conheceu cada um de seus três amigos de quarto, como se apaixonou por sua namorada, histórias que seu pai lhe contava, etc.
Li O Enigma do Quatro em Floripa, durante as férias de Janeiro, e lembro claramente como eu ia para a praia com o livro debaixo do braço, chegava a ser engraçado! Lembro também de todo mundo dormindo depois do almoço e só eu acordada, lendo. Todos podiam ver minha excitação… Até que o livro terminou! Foi muito esquisito… Geralmente, quando eu gosto demais de um livro, continuo dentro dele por semanas, com a cabeça nas nuvens, imaginando… Mas com o Enigma não foi assim. Assim que terminei fiquei séria, digerindo a história. Muitos acharam que eu não tinha gostado do final. E realmente, não tinha!
Apesar da grande e prevista descoberta histórica, o final não agradou muito… O motivo é que, depois de ter me contado a história de como grandes amizades começam, esse livro fez questão de me contar como grandes amizades terminam. Pessoas entram em nossas vidas, cumprem seu papel e depois simplesmente seguem seus caminhos. Vai cada um para seu lado e fim. Dura realidade!
Fiquei chocada, não esperava isso. Mas agora já passou, me acostumei com a idéia e digo: este livro é genial! Leiam! E quanto ao nome… Bom, não se prendam ao nome. O tal “enigma do quatro” só aparece no terço final do livro…
Perfeita análise