Sebrae – Ilustrações

Não é de hoje que eu reconheço a Feira do Empreendedor como “uma senhora oportunidade”, como diz o próprio slogan de 2010. Mas neste ano que passou eu tive uma oportunidade ainda mais gratificante: de participar do evento não apenas como visitante, mas como prestadora de serviços para o Sebrae.

Juntamente com a abertura da Feira, foi inaugurado o site da pesquisa do Sebrae sobre hábitos de consumo em Mato Grosso do Sul, que conta com programação da Tag3, direção de arte da Agência Futura, e ilustrações do estúdio Panda Vermelho (feitas por mim e pelo Luís).

Para conhecer, acesse: http://www2.ms.sebrae.com.br/site/conhecaseucliente

A Feira do Empreendedor aconteceu de 22 a 25 de julho de 2010, teve 11 salões temáticos, apresentações de casos de sucesso, exposições de maquinário e tecnologia, orientação e mais de 240 atividades gratuitas, entre palestras, oficinas e encontros empresariais. E as nossas ilustrações estavam lá, em tamanho real, no estande da pesquisa. Veja as fotos:

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Amor em São Petersburgo: Recomendo!

Amor em São Petersburgo, Heinz G. Konsalik

Não dei muita moral para esse livro quando minha mãe o comprou e me deu. Tudo bem, eu também não tinha dado moral pro Harry Potter no início e, por fim, adorei.

É esquisito o preconceito que nós temos em relação às coisas! Ao ver qualquer livro com “amor” no título, a primeira coisa que me viria na cabeça era uma história de triângulo amoroso, cheia de reviravoltas, com o casal ficando junto só no finalzinho, estilo novela da globo. Agora não pensarei mais assim, depois conhecer Heinz Konsalik.

A história se passa na Rússia, tendo início pouco antes do estopim da Primeira Guerra Mundial, e termiando após a Revolução. O casal ao qual o “amor” do título se refere não sofre com uma malvada que quer separar os dois, nem com intrigas e joguinhos de ciúmes, pelo contrário, desde o primeiro momento se apaixonam e essa paixão em nenhum momento é posta em dúvida.

Então, qual é o problema? A questão é que o rapaz é alemão e a moça, russa. Para complicar, ele é tenente e ela é filha de um respeitado general, senhor de muitas terras e amiguinho do czar. Eles querem se casar, mas a guerra está para estourar, sendo que Alemanha e Rússia estão em lados opostos…

Um livro bem interessante, que me fez correr para a Wikipédia, depois de lê-lo. Queria saber onde ficavam as cidades citadas, e quais pessoas realmente existiram. Me senti enganada pelo jogo War, quando descobri que Vladivostok fica pertinho da Coréia, bem longe do Estreito de Bering!

Para isso serverm os irmãos!

Quando eu era pequena, nós morávamos longe da cidade e meus pais chamaram uma empresa para cavar um poço artesiano na nossa casa. Todo dia a máquina tirava do buraco uma terra argilosa, depositando-a ao lado. Em pouco tempo, ali tinha uma montanha de argila.

Naquela época eu gostava de subir em cima da casa, que tinha telha de barro, e da lavanderia, que era de eternit. Certa vez, eu estava em cima da lavanderia, quando meu irmão atirou em mim uma generosa bola de lama. Eu esquivei e ele logo mandou outra. Foi bem divertido ficar fugindo das consecutivas bolas de lama, até que pisei de mal jeito e a telha quebrou. Me estatelei no chão, lá embaixo!

Foi uma choradeira, mas, por sorte, não me machuquei. Meu irmão falou pra eu correr e me esconder dentro de um anel de poço (pra quem não sabe, é isso aqui: link, tem 1,20 de diâmetro), e enquanto isso ele escondeu as telhas quebradas. Será que a gente pensou que nossa mãe não ia perceber o ROMBO no telhado da lavanderia??

Não sei porque, mas naquele dia não apanhamos. Nem tomamos bronca, nem nada. Acho que a queda já tinha sido uma punição suficiente pra ficar pulando em cima de telhado! Garanto que eu nunca mais fiz isso.

Musiquinha!

Da série “Pérolas que não devem cair no esquecimento”, um música que eu fiz quando tinha uns 8 ou 9 anos, enquanto cantava no chuveiro. É tosca e tem erros de concordância, mas eu não tenho vergonha de mostrar:

Conheci uma fada
Uma fada encantada
Ela era contemplada
Com o poder de ser amada

Um dia assim
Quando eu vim
Ela estava aqui
Cuidando de mim

Ela é mãe do meu irmão
Meu irmão do coração
Ela gosta muito dele
Mas não faz diferença, não

Para ela são iguais
Os filhos que à vida ela traz
E não tem comparação
De irmão pra irmão

Machismo

O mundo é machista. Infelizmente, muitas mulheres foram criadas fracas e dependentes, e se submetem às pressões da sociedade. Muitas não podem trabalhar, ou trabalham recebendo salário inferior ao dos homens; sofrem assédio moral, sexual, e se sentem presas a maridos que, muitas vezes, não merecem seu carinho.

Quando eu era criança, não sabia que esses absurdos aconteciam. Minha família me criou protegida em um mundo inocente, onde todas as pessoas tinham direitos iguais. Só fui saber disso quando decidi entrar no mercado de trabalho. Mas nessa ocasião eu já era uma mulher crescida e forte, e o machismo já não podia mais me afetar.

Não que eu vá queimar sutiã em praça pública! Mas eu sei que lugar de mulher é… onde ela quiser. E assim sou eu, faço minhas próprias escolhas e trilho meu próprio caminho. Obrigada, família.

Quando aprendi a ler

Aprendi a ler e escrever bem cedo. Eu tinha quatro anos e estava no jardim I, e minha turma tinha aula de manhã na mesma sala que o pré tinha aula à tarde, a diferença é que nós só aprendíamos a usar lápis de cor, enquanto eles aprendiam o alfabeto. Mas a sala era a mesma, recheada pintava e desenhava de acordo com o que a professora tinha mandado, e depois copiava o alfabeto no verso da folha.de murais contendo várias palavras, e um imenso alfabeto acima do quadro negro. Sendo assim, todo dia eu fazia a mesma coisa: pintava e desenhava de acordo com o que a professora tinha mandado, e depois copiava o alfabeto no verso da folha.

Assim passei o jardim I e o jardim II. Quando chegou a hora de entrar no pré, a diretora da escola chamou minha mãe para conversar. Ela disse que o objetivo principal do pré seria ensinar as crianças a ler e escrever, e, como eu já sabia, poderia pular direto para a primeira série. Nessa ocasião, minha mãe fez uma decisão muito sábia e me matriculou no pré, mesmo. Os motivos eram vários: eu era uma criança muito pequenininha e teria dificuldade em me adaptar; além de português, no pré eles também ensinavam matemática; eu já tinha amiguinhas na turma; etc.

O que mais me intriga nessa história não eram as opções que minha mãe teve, nem a escolha que fez, mas o fato de que isso mudaria minha vida completamente. Não é apenas uma questão de imaginar se eu teria me adaptado à primeira série, e sim o que viria depois disso. Eu teria participado de grupos diferentes, feito coisas diferentes, teria outros professores, outros amigos, talvez nem tivesse chegado a conhecer meu namorado! E, se na hora que saí do terceirão eu já estava confusa sobre qual carreira seguir, imagine se isso tivesse acontecido mais cedo!

É impossível saber se minha vida seria melhor ou pior do que é, mas não tenho a menor dúvida de que hoje eu seria outra pessoa. Talvez uma pessoa melhor, talvez uma pessoa pior. As possibilidades eram infinitas!

Eram tão infinitas quanto são hoje!

Conto: Torrente

Torrente

(por Karen Soarele)

Cenário de guerra. É assim que os jornais descrevem nossa cidade. Muros caídos, casas arrasadas, pontes em ruínas. À minha direita, uma árvore na posição horizontal exibe suas raízes recém-arrancadas da terra pela chuva violenta. O córrego corre furioso. Suas águas, muito mais altas do que de costume, exibem coloração marrom e retratam os desastres da noite anterior. Pedaços de lixo flutuante são arrastados ao bel-prazer da correnteza, e logo somem de vista.

O trânsito é caos, sempre é. Semáforos não funcionam e leis não mais existem. Um carro desvia de um buraco e cai numa poça, jorrando água para o alto e encharcando um pedestre, mas não se importa. Todos estão confusos, preocupados. Tentam garantir a segurança de sua família e bens, as suas coisas.

Mas eis que, no meio do caos, heróis surgem. Ouve-se o assovio de um apito, e todos os carros param. É um agente de trânsito. Um ser humano como você e como eu, cuja função é cuidar da segurança de todos, e todos respeitam esta função e obedecem às suas ordens. Ao som do apito, motoristas param e prosseguem, e o trânsito torna-se harmonioso. Jamais se inventará um semáforo automático tão bom quanto um ser humano.

Em uma região menos flagelada da cidade, o sinal vermelho impede que alguns carros se movimentem, enquanto outros cruzam seu caminho. Novamente, um som deixa todos em alerta, é o som de uma sirene. Os motoristas ouvem, param, identificam de que direção a ambulância vem e tomam providências.

Aqueles que estão cruzando ignoram o sinal verde e se atêm de prosseguir. Aqueles que estão parados, ignoram o sinal vermelho e cruzam, afastando-se para a lateral da rua, a fim de abrir passagem. Alguém pode estar morrendo naquela ambulância, não podemos atrapalhar!

Em meio à desorganização, instintivamente as pessoas se organizam e confiam naqueles que não querem nada senão ajudar. Mesmo em meio ao caos, à destruição e às dificuldades, a ajuda surge e as pessoas colaboram. Isso faz eu me lembrar que, apesar de tudo, ainda vivemos em sociedade, e que, amanhã, o Sol vai raiar.

Relatos de Casamento


Texto inicialmente publicado no meu antigo blog, em 13 de julho de 2009


Domingo fui ao casamento do primo do Luís, o Diego. Nunca vi um noivo chorar tanto… mas eu competi com ele pela taça de chorão da festa! Estava muito emotiva…

Quando eu conheci o Diego, se naquele momento alguém me dissesse que três anos depois eu presenciaria seu casamento, eu não acreditaria. Não que ele seja feio ou mulherengo, longe disso! Mas ele sempre pareceu brincalhão demais, exigente demais e impaciente demais com os assuntos femininos…

Pois nos últimos meses ele demonstrou… ser tudo isso que parecia! A grande diferença é que ao lado dele estava a Júlia, que era exatamente igual e ao mesmo tempo completamente diferente. Os dois combinavam certinho! E juntos organizaram uma casa e um casamento.

Foi na entrada da igreja que minha mente viajou para além daquele casamento onde eu estava, englobando todos os demais. Chegou um carro bonito, com vidro fumê e apenas uma fresta da
O noivo sabia que ela estava ali, mas que não poderia vê-la. Tão perto e ao mesmo tempo tão distante.
janela aberta, para ver o motorista. Ali dentro estava a noiva.

O noivo sabia que ela estava ali, mas que não poderia vê-la. Tão perto e ao mesmo tempo tão distante. O nervosismo aumentando a cada minuto. Puxa, é meu casamento… nem acredito! Ao mesmo tempo, a noiva, dentro do carro, vê seu amado ao lado de fora e aguarda ansiosamente pelo momento de ter seu olhar correspondido. O nervosismo aumentando a cada minuto.

Deve ser frustrante, para um casal que passou tanto tempo junto, de repente ser separado! Não há paciência que faça o tempo parecer menor. A espera… a entrada do noivo, dos pais e dos padrinhos… e finalmente da noiva! Um lento caminhar que parece não ter fim. Tem que ir devagar como no ensaio, para os fotógrafos terem tempo de fazer seu trabalho…

Então chega o momento em que os noivos se dão as mãos novamente. Mágico! Daqui pra frente estamos juntos e será mais fácil. Apesar da ansiedade, não há medo. Afinal estamos juntos como sempre estivemos, e como sempre queremos estar! Inabaláveis. É assim que queremos ficar para o resto de nossas vidas e é por isso que estamos aqui.

O resto todo mundo já sabe, é feita a maior declaração que qualquer pessoa é capaz de fazer e todo mundo comemora. Mas eu continuei chorando. Emoção? Stress? Imaginação fértil? TPM? Uma mistura disso tudo? A verdade é que fiquei muito feliz pelos dois! Desejo-lhes uma vida cheia de alegria!!

Estes são os relatos de uma jovem mulher que não tem relatos para contar. Ainda!