Os Poodles Extraterrestres

Os Poodles Extraterrestres

(por Karen Soarele)

Karen, você tem um cachorro?

Cachorro, não… Eu só tenho um poodle.

Poodle é um cachorro!

Não. Poodle não é um cachorro. Ele é um ser de uma dimensão paralela chamada Slador, que veio para a Terra com o objetivo de nos estudar e decidir se vão criar laços diplomáticos ou se preferem nos atacar e conquistar.

O único problema é que eles tem tido dificuldades para se comunicar conosco. Por exemplo, a Lindinha, que é a poodle que vive aqui em casa, tenta diariamente estabelecer uma comunicação racional, mas, infelizmente, os humanos não possuem a capacidade de entender. Veja só a cara que ela faz quando quer dizer alguma coisa:

A maioria dos humanos não entende, mas eu, sim, consigo captar as ondas mentais emitidas por Lindinha. Nesse momento, se ela pudesse articular as palavras como nós, com certeza diria: “Por favor, não me façam mais esse corte ridículo!” Continue Reading…

Texto de cinco minutos

Essa semana estive bastante ocupada. Além de trabalhar feito louca no lançamento de um novo projeto do meu estúdio, ocupei minhas noites fazendo o curso de oratória do Senac. “Receber uma história pela metade e ter que concluí-la é um exercício de criatividade delicioso”Aliás, é um curso ótimo! Eu indico para todo mundo que tiver interesse. Além de aprender algumas técnicas muito úteis sobre como falar em público, aprendi como posso controlar a ansiedade e fiz amizades incríveis!!

O professor nos propôs diversas atividades diferentes. Uma delas era o seguinte: ele ditava o início de uma história, cada um de nós tinha que concluí-la em cinco minutos, e em seguida ir ler sua versão ao microfone. Eu, particularmente, adoro essa construção coletiva de texto. Para mim, receber uma história pela metade e ter que concluí-la é um exercício de criatividade delicioso. Vejam como ficou:

Continue Reading…

Escrevendo uma historinha infantil

Já faz um tempo que eu venho realizando, juntamente com a minha equipe, projetos infantis para a editora das revistas Coquetel. Em geral, são ilustrações e passatempos para a revista Picolé, revista da Lulu, do Bolinha, além de participações em livros e almanaques.

Eu havia trabalhado apenas na parte de arte, sendo ilustração e diagramação, quando a editora me pediu para criar um personagem para uma revista temática, que conteria uma historinha e passatempos. Eu percebi que essa era a minha oportunidade de, além de entregar o design do personagem em questão, fazer também uma proposta de texto, ou seja, criar a história em si.

Continue Reading…

Machismo II (desabafo)

Ontem fui buscar meu carro no conserto e tive uma surpresa: o valor estava R$ 300 mais caro do que tinham falado para o meu irmão por telefone. Eu disse que aquilo era um absurdo, e o dono do lugar me chamou de moleca e disse que não ia tratar comigo, pelo fato de eu ser mulher.

É incrível como, em pleno séc XXI, algumas pessoas ainda conseguem ter o cérebro do tamanho de uma ervilha. Fiquei revoltadíssima com a situação! Aí sim eu briguei com o cara, disse que ele não pode me julgar pela aparência (convenhamos, eu pareço mais nova do que realmente sou).

Então eu falei com o meu irmão, que foi até lá me ajudar e mandou eu ir na Delegacia da Mulher. Quando disse isso, me deu um aperto no coração! Eu precisava ser defendida de uma discriminação que existe, mas que deveria estar, no mínimo, Eu sempre fui tratada igual a meu irmão, mas, no final das contas, sou diferente dele.escondida embaixo do tapete.

Naquela hora veio tanta coisa na minha cabeça! Eu sempre fui tratada igual a meu irmão, mas, no final das contas, sou diferente dele. Sou do “sexo frágil”, tenho até delegacia própria! É claro, já fui defendida outras vezes, mas foi por outros motivos: ou porque estava ansiosa, ou porque estava doente, ou, simplesmente, porque estava certa. Essa de precisar de ajuda por ser mulher é nova pra mim…

15 Dicas para Conquistar um Cara Legal

…ou “Como arranjar um Namorado”

Ultimamente, tenho visto várias amigas reclamarem que não encontram um cara legal para namorar. Eu, particularmente, já consegui conquistar o meu, e não deixo ele escapar de jeito nenhum! Para você, moça solteira, que procura um rapaz bonito, simpático e inteligente para compartilhar seus dias, eu tenho 15 ótimas dicas:

Continue Reading…

Poema: Na Segurança da Solidão

Instalada quando minha irmãzinha Luana nasceu, a redinha na janela do meu quarto sempre me incomodou. Parecia que minha visão do mundo exterior estava comprometida por aqueles fios brancos entrelaçados. Em frente à janela desce o telhado que cobre a varanda lá embaixo, e eu sempre gostei de sentar ali e admirar a cidade, algo que há anos não faço. Ou melhor: não fazia!

A Luana já está com seis anos, e a redinha foi removida. Fiquei tão feliz, que sentei mais uma vez na janela! Os sons da cidade são incríveis! Carros passam na avenida aqui perto, cachorros latem uns para os outros, alguém liga o som bem alto em um lugar qualquer. Isso tudo misturado ao canto das cigarras e outros bichos noturnos. Depois de um dia agitado, e de encarar o stress do trânsito, eu faço silêncio para identificar os mais variados sons. Com tudo isso, acabei escrevendo:

 

Na Segurança da Solidão

(por Karen Soarele)

Cidade é o caos
e eu aqui
Na segurança da solidão;

Ninguém me ouve,
ninguém me vê
Minha existência ignorarão.

Os carros correm,
pessoas correm,
e aqui eu ando bem devagar;

Na segurança
da solidão
só eu mesma posso me machucar.

Na noite adentro,
na escuridão,
na segurança da solidão.

Perseverança


per.se.ve.ran.ça
sf (lat perseverantia) Qualidade de quem persevera; constância, firmeza, pertinácia. Antôn: inconstância. (www.michaelis.uol.com.br)


Apesar de muitas vezes não parecer, perseverança é uma palavra forte. Para mim, ela soa forte. É uma forma de esperança, mas não a de quem espera de braços cruzados; se possível, sentado. É o equilíbrio perfeito entre fé e ação.

Eu sou uma sonhadora. Não no sentido pejorativo da expressão, eu sou uma pessoa que sonha com um futuro de realizações. Realizações, estas, possíveis de serem alcançadas, mas que exigem certo esforço. É por isso que, quando me perguntam a quantas andam meus projetos, eu logo digo que estou sendo perseverante.

Um desses projetos, quem me conhece já sabe, é terminar de escrever e publicar meu livro de aventura infanto-juvenil. Ao ouvir isso, alguns abrem logo um sorriso e me perguntam quando vou publicá-lo.Perseverança é […] o equilíbrio perfeito entre fé e ação. Outros quebram o contato visual e dizem que escrever um livro é uma tarefa muito difícil, e que dificilmente fica bom.

Aos que acreditam em mim, muito obrigada. Infelizmente, não sei quando nem se ele será publicado. É claro que quem escreve um livro pretende publicá-lo, mas isso é uma questão que não depende só de mim. A boa notícia é que deve ficar pronto por Julho! Quanto aos que duvidam, peço humildemente que reconsiderem. Minha perseverança inclui trabalho duro, ler, perquisar, fazer, refazer e “trefazer”. Por mais que todos concordem que é um feito difícil, quem é sábio o suficiente para me julgar incapaz? Na minha opinião – e dificilmente ela será mudada – todo trabalho feito com o coração é um trabalho bem feito. E, se mesmo assim por algum motivo não dê certo, a experiência não é prêmio de consolação, é um prêmio real. Afinal, a prática sempre leva à perfeição ao aprimoramento.

Eu sou uma sonhadora, mas sou uma sonhadora com o pé no chão: não espero enriquecer vendendo livros. Além disso, sei que raramente o primeiro livro que uma pessoa escreve fica realmente bom, mas, acreditem no que digo, a lógica não permite que se escreva o segundo sem escrever o primeiro, e ela não abre todo trabalho feito com o coração é um trabalho bem feitoexceções. Além disso, mesmo que o resultado do meu trabalho seja um livro ruim, ele será o meu livro, e essa é uma grande realização, por si só.

Não por estes motivos, mas por fatores inerentes meus, além da continuação do primeiro livro, eu já tenho a ideia quase pronta de mais duas histórias diferentes, volumes únicos. Escrever leva tempo, por isso as ideias estão na gaveta, mas não pretendo que fiquem lá por muito tempo. Até o final do ano – depois que eu terminar este primeiro livro e tiver entregado meu artigo para concluir a pós-graduação – espero começar a escrever.

Por hora, continuo o que estou fazendo. Passei dez agradáveis dias na praia, onde pude adiantar um pouco a história atual. Escrevi, inclusive, um capítulo recheado de cenas de ação, que ficou muito melhor do que imaginei que ficaria. Surpreendi a mim mesma! Não existe satisfação melhor – e mais difícil de alcançar – do que essa.

Para isso serverm os irmãos!

Quando eu era pequena, nós morávamos longe da cidade e meus pais chamaram uma empresa para cavar um poço artesiano na nossa casa. Todo dia a máquina tirava do buraco uma terra argilosa, depositando-a ao lado. Em pouco tempo, ali tinha uma montanha de argila.

Naquela época eu gostava de subir em cima da casa, que tinha telha de barro, e da lavanderia, que era de eternit. Certa vez, eu estava em cima da lavanderia, quando meu irmão atirou em mim uma generosa bola de lama. Eu esquivei e ele logo mandou outra. Foi bem divertido ficar fugindo das consecutivas bolas de lama, até que pisei de mal jeito e a telha quebrou. Me estatelei no chão, lá embaixo!

Foi uma choradeira, mas, por sorte, não me machuquei. Meu irmão falou pra eu correr e me esconder dentro de um anel de poço (pra quem não sabe, é isso aqui: link, tem 1,20 de diâmetro), e enquanto isso ele escondeu as telhas quebradas. Será que a gente pensou que nossa mãe não ia perceber o ROMBO no telhado da lavanderia??

Não sei porque, mas naquele dia não apanhamos. Nem tomamos bronca, nem nada. Acho que a queda já tinha sido uma punição suficiente pra ficar pulando em cima de telhado! Garanto que eu nunca mais fiz isso.

Musiquinha!

Da série “Pérolas que não devem cair no esquecimento”, um música que eu fiz quando tinha uns 8 ou 9 anos, enquanto cantava no chuveiro. É tosca e tem erros de concordância, mas eu não tenho vergonha de mostrar:

Conheci uma fada
Uma fada encantada
Ela era contemplada
Com o poder de ser amada

Um dia assim
Quando eu vim
Ela estava aqui
Cuidando de mim

Ela é mãe do meu irmão
Meu irmão do coração
Ela gosta muito dele
Mas não faz diferença, não

Para ela são iguais
Os filhos que à vida ela traz
E não tem comparação
De irmão pra irmão

Machismo

O mundo é machista. Infelizmente, muitas mulheres foram criadas fracas e dependentes, e se submetem às pressões da sociedade. Muitas não podem trabalhar, ou trabalham recebendo salário inferior ao dos homens; sofrem assédio moral, sexual, e se sentem presas a maridos que, muitas vezes, não merecem seu carinho.

Quando eu era criança, não sabia que esses absurdos aconteciam. Minha família me criou protegida em um mundo inocente, onde todas as pessoas tinham direitos iguais. Só fui saber disso quando decidi entrar no mercado de trabalho. Mas nessa ocasião eu já era uma mulher crescida e forte, e o machismo já não podia mais me afetar.

Não que eu vá queimar sutiã em praça pública! Mas eu sei que lugar de mulher é… onde ela quiser. E assim sou eu, faço minhas próprias escolhas e trilho meu próprio caminho. Obrigada, família.